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30 alunos de formam na EJA do Centro de Diálise do Hospital Evangélico

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A rotina de quem faz hemodiálise não é fácil: cada paciente com insuficiência renal precisa comparecer às sessões 3 vezes por semana e ficar sentados ao lado da maquina por 4 horas ininterruptas. Para amenizar o passar das horas e tentar ocupar de forma construtiva e inspiradora o tempo em que passam nas salas de diálise, a Unidade de Nefrologia Venda Nova do Hospital Evangélico de Belo Horizonte (que atende a quase 1000 pacientes encaminhados pelo SUS, em três turnos diários) decidiu implantar um curso de alfabetização e aceleração escolar para pacientes portadores de doença renal crônica e tratamento hemodialítico – Educação de Jovens e Adultos – EJA, que ganhou o nome de “Vivendo e Aprendendo” (Educa Nefro).

Ana Paula de Andrade Rocha, gerente Administrativa do Centro de Nefrologia de Venda Nova do Hospital Evangélico

A demanda para o projeto surgiu da sugestão de uma paciente e da constatação de ser grande o número de pacientes atendidos que não possuem escolaridade (analfabetos e analfabetos funcionais) ou que têm baixa escolaridade, fato que pode ser facilmente observado devido a grande dificuldade de muitos pacientes compreenderem as orientações prescritas pelos profissionais, assim como em entender as prescrições médicas, solicitações de exames, preenchimento de formulários sociais e de concluir os encaminhamentos.

Denise Rize, ex-professora da EJA externa da Escola Municipal Padre Marzano Matias, representando todas as professoras

Em 2018, a proposta do projeto foi apresentada pela equipe do Centro de Nefrologia de Venda Nova à Secretaria Municipal de Educação (SME) da Regional Venda Nova e, de tão necessária e oportuna, a ideia foi aceita e logo em seguida o projeto-piloto teve início. Inicialmente, a Secretaria cedeu duas professoras da Escola Municipal Padre Marzano Matias, localizada no bairro Rio Branco, a pouco mais de um quilômetro do Centro de Nefrologia.

Aliny Francisca Pereira, coordenadora Geral da Escola Municipal Padre Marzano Matias

Aos poucos, mais e mais alunos foram aderindo ao curso. A iniciativa se mostrou tão exitosa que até o início da pandemia a escola já havia designado uma professora e cada uma das quatro salas de diálise do Centro de Nefrologia contava com uma professora que, devido à diferença de conhecimento e repertório de vida que cada paciente trazia, dava aulas de forma praticamente particular aos seus alunos. Homens, mulheres, jovens, adultos, idosos. Pessoas de todo tipo e idades aceitaram o desafio de voltar a estudar enquanto faziam seu tratamento.

Rose Prado, professora da EJA Externa da Escola Municipal Padre Marzano Matias

Mas após a epidemia da Covid-19, por determinação da SME as aulas passaram a ser remotas, mas não pararam! As lições passaram a ser impressas, feitas de forma personalizadas e entregues em pastas separadas e identificadas para cada um dos 120 alunos que o projeto mantém. Os alunos preenchiam os exercícios e depois os entregam para a avaliação das docentes. Como o curso é regulamentar, os alunos precisam cumprir a carga horária estipulada pela Secretaria de Educação e obter as notas mínimas exigidas para poderem receber seus diplomas.

Senhor Edson, aluno formando

“Muitas vezes a tarefa não é fácil e nem todos os alunos conseguem seus diplomas. Mas isso não é motivo para desistir, pois, para muito além da certificação, esses alunos estão exercendo seu direito à educação, à cidadania”, analisa a psicóloga Leila Cristina da Cruz, uma das muitas entusiastas que pelas quais já passaram pelo projeto. 

Volta às aulas e formatura

Rosilene Alves Pereira, formanda e oradora da turma

A volta às aulas presenciais aconteceu no mês de outubro e na sexta-feira passada. Há alguns dias o ano letivo terminou, porém, não sem comemorar com muita alegria a formatura de 30 alunos que, mesmo com todas as dificuldades trazidas pela pandemia, se dedicaram imensamente e conseguiram, enfim, o tão sonhado diploma. Desses 30 alunos, infelizmente três deles faleceram pouco antes da formatura, mas mesmo com muitas dificuldades, concluíram suas tarefas e, ainda que in memoriam mostraram a todos que  luta pelos nossos sonhos não tem limites.  

Júlio César Matos Pereira, diretor da Escola Municipal Padre Marzano Matias; e Maria Jacueline Silva Ferreira, vice-diretora

A Cerimônia de formatura aconteceu na quarta-feira (15), às 14h, no Centro de Nefrologia de Venda Nova do Hospital Evangélico e contou com a participação muito especial do diretor da Escola Municipal Padre Marzano Matias, Júlio César Matos Pereira; da vice-diretora, Maria Jacqueline Silva Ferreira; da coordenadora geral, Aliny Francisca Pereira; da Denise  Rizi, ex-professora que representou todas as demais docentes presentes ao evento; além de toda a equipe do Centro de Nefrologia de Venda Nova, em especial a gerente Administrativa, Ana Paula de Andrade Rocha; e do Capelão Ailton Moreira, que, em sua fala, parabenizou a todos e mencionou lindamente em homenagem a cada um dos formandos “Um ao outro ajudou, e ao seu irmão disse: Esforça-te” – Isaías 41:6

Sandra, esposa do senhor Gilberto, aluno formando in memoriam

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