Corpo Clínico
Quando muitos vêm, pela primeira vez, conhecer as instalações de um de nossos centros de hemodiálise, entram no salão angustiados e apreensivos com medo do que verão pela frente. Afinal, sabemos que uma sessão de diálise dura, no mínimo, 4 horas por dia, tendo que ser feita três dias sim, três dias não. As pessoas entram devagarinhinho, tenho a certeza de que encontrarão um ambiente escuro muito baixo astral.
Como me disse cera vez um familiar da velha (da boa guarda!) tanto ele quanto alguns de seus colegas acabaram entrando no salão cantando por dentro a triste, porém linda canção ‘Solidão”, de Alceu Valença:
“’A solidão devora/
É amiga das horas, prima irmã do tempo/
E faz nossos relógios caminharem lentos/
Causando um descompasso do meu coração”
Mas, com o tempo, esse visitante assim como tantos outros passaram a ver os salões impecavelmente instalados, tudo limpo, claro, absolutamente assepsiado e em cadeiras dignas para garantir muito conforto por muito tempo. “Parece primeira classe daquelas avioezões!, diz o paciente. Agora, todos os que ali chegam, enxergam um espaço digno, exatamente de acordo com que todos aqueles pacientes 100% SUS querem e tanto merecem. Ontem e hoje, por exemplo, foi o dia do tão esperado doooo Bingo!II Não teve um cristão que se não movimentasse para acertar todos os números e ganhar as prendas!
Tanto é que de Elba Ramalho só sobrou ama cação: Alegria, quem lembra?
“É quando o tempo sacode a cabeleira/
A trança toda vermelha/Um olho cego vagueia procurando por um/
É quando o tempo sacode a cabeleira/
A trança toda vermelha/
Um olho cego vagueia procurando por um”.
Com amor, humanidade e acolhimento, conseguimos entrar em cada um daqueles corações e fornecer a eles – sejam pacientes, equipe técnica e médicos (pois a cada dia é um que está precisando) – a poção mágica da qual depende a alegria do seu próximo trabalho ou da sua próxima hemodiálise! Vamos balançar a cabeleira que o próximo dia já está chegando!
Por: DG Comunicação / Ana Paula Drumond Guerra
